domingo, 11 de outubro de 2009

Brasília-Atacama-Santiago-Mendoza de carro

No período de 11/09 a 08/10/2009 eu e minha esposa realizamos uma viagem há muito desejada. Partindo de carro de Brasília, fomos até San Pedro do Atacama e de lá até Santiago e Mendoza. Foram 27 dias, 10.627 Km e mais de 1000 fotos.

Vulcão Licancabur visto das Lagunas Cejas


Este é um breve relato daquilo que é possível descrever sobre essa viagem. Quando estávamos nos preparando buscamos relatos semelhantes na internet, que pudessem dar dicas e alertas interessantes. Os que encontramos foram bastante úteis, e por isso resolvemos escrever o nosso, para que ele possa auxiliar outros que desejam fazer o trajeto (ou parte dele). Já durante a viagem encontramos pelo caminho pessoas com interesse neste roteiro e nestas dicas.

Planejamento
A viagem iniciou a ser planejada uns três meses antes de sua execução. Há muito desejávamos fazer uma incursão de carro pela América do Sul, mas sempre nos faltou tempo. Já havíamos feito uma pequena viagem de carro pelo Uruguai, partindo do Rio Grande do Sul e chegando até Buenos Aires, também já havíamos realizado viagens de carro pelo Brasil, a maior delas com aproximadamente 7.000 km rodados.

A preparação para a viagem consistia basicamente em acertar a documentação necessária para rodar com um veículo brasileiro no Chile e na Argentina.
O primeiro passo foi liberar o carro da alienação. Carros alienados não podem entrar na Argentina nem no Chile (exceto se possuírem uma autorização da instituição financeira para a qual o carro está alienado).
Levantamos na internet e junto ao consulado da Argentina os requisitos para rodar nos dois países:

Argentina:
- Documento do veículo (deve estar no nome do condutor e não deve estar alienado ou será necessária uma autorização da instituição financeira para a qual o carro está alienado);
- Carteira de habilitação do condutor;
- Carta Verde;
- Dois triângulos;
- Um cambão (cabo ou haste para rebocar outro carro – pode ser comprado em Foz na Autovidros Cascavel);
- Uma caixa de primeiros socorros (um modelo aderente a legislação pode ser comprado em qualquer farmácia na Argentina).

Chile:
- Documento do veículo (deve estar no nome do condutor e não deve estar alienado ou será necessária uma autorização da instituição financeira para a qual o carro está alienado);
- Carteira de habilitação internacional do condutor (segundo no disse um Carabineiro do Chile, a carteira de habilitação brasileira basta, não sendo necessária a internacional);
- Dois triângulos.

Adquirimos também um bom guia de viagem do Chile e outro da Argentina ( http://www.planetanews.com/autor/ZIZO%20ASNIS ). E também mapas das regiões por onde passaríamos.

Optamos também por um seguro de carro com cobertura na Argentina e no Chile. Também fizemos um seguro de viagem pessoal, inclusive porque na época da viagem a gripe suína estava no auge e, de acordo com os noticiários, com muitas ocorrências na Argentina e no Chile. O curioso é que se falava mais da gripe no Brasil do que na Argentina e Chile, países supostamente mais afetados. Para falar a verdade, no nosso caminho nem sinal da tal gripe – ainda bem!

Corrupção policial
Fomos bastante cuidadosos com os acessórios e a documentação do carro devido a vários relatos de problemas de corrupção com a polícia Argentina (especialmente no região do Chaco). Esses relatos davam conta de uma situação aparentemente comum: o policial pára o carro do brasileiro, pede toda a documentação obrigatória e estando tudo OK, passa a exigir itens absurdos, como uma sábana blanca (lençol branco) para cobrir um eventual defunto. O objetivo, é claro, é obter um suborno para fazer vistas grossas ao suposto “problema”.
Estávamos totalmente preparados para essa eventualidade: tínhamos todos os itens obrigatórios; passamos um e-mail para a embaixada da Argentina no Brasil, perguntando quais eram os itens obrigatórios, o qual levamos impresso; pelo sim pelo não, compramos uma sábana blanca (em Foz nos disseram que a sábana blanca era sempre "exigida") e, para o caso de não ter mesmo jeito, tínhamos dinheiro trocado preparado fora da nossa carteira.
Felizmente, apesar de toda essa preparação, nada ocorreu. Precisamos (temos mesmo uma obrigação) ressaltar que fomos tratados com muito respeito pelas autoridades policiais argentinas.
Em San Pedro, encontramos dois casais de motociclistas brasileiros que também haviam cruzado o Chaco sem maiores problemas.
Queremos crer que esse tipo de problema não acontece mais na Argentina (pelo menos não com a frequência que ocorria no passado).

Equipamentos
Viajamos em um carro 4x4 (GM Tracker), o que foi essencial somente em alguns passeios no Atacama. Utilizamos também um GPS (Garmin nüvi 350), com os mapas gratuitos do projetco Tracksource (http://www.tracksource.org.br/ ) para o Brasil e do Proyecto Mapear (http://www.proyectomapear.com.ar/ ) para Argentina e Chile. O GPS ajudou muito, mas obviamente não foi essencial. Um colega de trabalho nos havia dito que o GPS dele (não sei qual marca/modelo) ficava sem sinal nos dias nublados, e que por isso mapas impressos seriam imprescindíveis. Bem, o nosso GPS não ficou sem sinal nem debaixo do dilúvio que enfrentamos no final, já voltando para o Brasil (foram mais de 600 Km debaixo do maior pé d'água, nunca vimos coisa assim!).


O Roteiro

Em linhas gerais a ideia consistia e entrar pela Argentina por Foz do Iguaçu, cruzar a Argentina, chegando a região do Atacama no norte do Chile. De lá, partiríamos para o sul rumo a Santiago, voltando em diagonal pela Argentina:


Poderíamos ter tomado um "atalho" para o Atacama entrando pela Bolívia, mas a situação atual da Bolívia, bem como o relato de outros viajantes que passaram por lá, nos fizeram desistir dessa idéia.

Dia 0 - 11/09 (Sex):
Brasília - Goiânia
200 km
Aproveitamos a saída do trabalho para avançar um pouco, passando a região metropolitana de Goiânia.

Dia 1 - 12/09 (Sab):
Goiânia-Assis (SP)
776 km
Em Assis ficamos em um hotel bem à mão, perto da rodovia, muito bom e com bom preço. Chamava-se Paragem Hotel.
Estradas boas, principalmente em SP, se alternam com trechos muito ruins (asfalto ruim, muito caminhão e sem acostamento).

Dia 2 - 13/09 (Dom):
Assis (SP)- Foz do Iguaçu
626 km
Pegamos a rodovia que passa por Marília, pois nos informaram que estava em boas condições. De fato estrada boa, a custa de muitos pedágios, mas é melhor do que rodovia sem infraestrutura.

Dia 3 - 14/09 (Seg):
Foz do Iguaçu - San Ignacio Mini - Posadas
310 km
Compra de acessórios para o carro em Foz do Iguaçu e Puerto Iguazu (o ideal é comprar o kit de primeiros socorros na Argentina pois, segundo nos disseram numa farmácia em Foz, a polícia argentina reclama quando o kit é montado/adquirido no Brasil).
Passamos por alguns pedágios na Argentina, mas baratos.
Visitação as ruínas da missão de San Ignacio Mini e de Loreto (60km antes de Posadas). Fizemos essa visitação porque o tema nos interessa e porque desejávamos fazer um dia mais light, com menos tempo de estrada, pois já havíamos dirigido direto por dois dias.
Posadas é uma cidade muito legal. Pedi um vinho pelo equivalente a cinco reais. Achei que era uma taça. Veio uma garrafa. O vinho era bom e eu voltei para o Hotel meio torto.


Dia 4 - 15/09 (Ter):
Posadas - Corrientes - Presidencia R. Saenz Pena
507 km

Nesse dia entramos no Chaco. A paisagem é muito monótona e a estrada é um retão interminável. O lugar é remoto. Depois de Corrientes existem apenas uns pequenos lugarejos. É bom ficar atento no que diz respeito a abastecimento, pois a distância entre um posto e outro costuma ser grande. A estrada tem pouquíssimo movimento.
Teoricamente, daria para rodar mais nesse dia, mas não dava para chegar a Salta e Saenz Pena parecia ser a última cidade com alguma estrutura hoteleira.
Chegamos a Saenz Pena lá pelas três da tarde, varados de fome. O problema é que era a hora da siesta. O lugar é quente como o inferno (perto dali há um lugar chamado Pampa Del Infierno) e tudo pára pela tarde. A cidade ressuscita lá pelas 17h e tudo fica aberto até perto das 20h.

Dia 5 - 16/09 (Qua):
Presidencia R. Saenz Pena - Salta
661km
Trecho igualmente monótono, com exceção dos últimos 100Km.

Dia 6 – 17/09 (Qui):
Salta
Salta é uma cidade muito interessante. Há um museu dedicado as múmias de Salta: três crianças sacrificadas pelos Incas no alto de um vulcão e num impressionante estado de conservação. A história das múmias é fantástica e vale a pena ser conferida (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u325906.shtml ).
No restaurante havia uma placa que dizia “Hoy Locro”. Entramos e eu perguntei “Cómo es el locro?”. A garota respondeu “Bueno... es rico y tiene muchas vitaminas...”. Experimentei o Locro. É um cozido com quase tudo dentro: carne, lingüiça, tripas, milho etc. Não é das melhores coisas do mundo, mas é bem típico da região.
Ficamos no Hotel Salta, um hotel antigo mas muito charmoso, em frente à praça 9 de Julio, no coração do centro histórico. Ao redor desta praça há vários (e bons) cafés. Salta também é legal para comprar artesanato de qualidade a bom preço.
Gostamos muito de Salta, e valeria a pena ficar mais alguns dias percorrendo a região do entorno não fosse nossa restrição de tempo.

Dia 7 - 18/09 (Sex):
Salta – Humahuaca - Purmamarca
287 km
Nesse dia havíamos planejado um roteiro diferente. Sairíamos de Salta e iríamos a San Antonio de los Cobres, por uma estradinha sem pavimentação. Depois seguiríamos por outra estrada até Purmamarca, mas fomos frustrados por uma manifestação de caminhoneiros, que bloquearam a estrada.


Quebrada Humahuaca


Acabamos fazendo outro trajeto muito bonito. Fomos até Humahuaca, passando pela quebrada de mesmo nome. Depois voltamos a Purmamarca, que é um vilarejo de não mais que 500 habitantes. Ficamos em uma hosteria bastante aprazível chamada El Viejo Algarrobo.

Vista das imediações de Purmamarca


Dia 8 – 19/09 (Sab):
Purmamarca – San Pedro de Atacama
Via Paso de Jama
451 km

Esse é um daqueles trechos de estrada que por si só já valem a pena. Nesses pouco mais de 400km há uma amostra de tudo que há na região: quebradas (Cuesta Del Lipan), salares (Salinas Grandes), lagunas semicongeladas, vicunhas, montanhas e curiosas formações de pedra (Catedrais de Tara).

A passagem para o Chile no Paso de Jama fica a uns 4.300m acima do nível do mar (m.a.n.m). A logo do caminho, a altitude chega a 4.800m. É [muito] frio.
Há poucos postos de gasolina (um em Susques e outro no Paso de Jama, depois só em San Pedro).
Enfrentamos um estranho problema com o carro perto das catedrais de Tara, já no Chile. Ali é um ponto muito alto (4.800m) e o carro curiosamente iniciou a perder potência, seguimos devagar e o desempenho do carro voltou ao normal depois de alguns quilômetros. Alguns relatos de viagem pela região dão conta de problemas semelhantes. Não sabemos exatamente qual a causa.

O controle de imigração e aduana do Chile é feito em San Pedro de Atacama. Tivemos nossa bagagem revistada a procura de, pasmem, artigos de artesanato feito com madeira de cacto gigante. Achamos estranho, mas depois verificamos que esse tipo de artesanato é proibido no Chile por razões de preservação ambiental. O tal cacto gigante cresce apenas um centímetro por ano. Assim sendo, um de dois metros tem pelo menos duzentos anos, o que justifica plenamente a preservação. Esse tipo de artesanato é muito comum na Argentina e em San Pedro, embora proibido, é episodicamente comercializado.

Vista da Cuesta del Lipán


Salinas Grandes


Laguna de água salgada já no lado chileno



Rebanhos de Vicuñas que vivem na região

Dia 9, 10, 11, 12 , 13 - 20/09 a 24/09:
San Pedro de Atacama

San Pedro fica na borda do Salar do Atacama, região onde o sal, com um pouco de água, brota do chão, permitindo a existência de vida num lugar que chove muito pouco.


Nos cinco dias que passamos na região, conseguimos fazer todos os passeios do roteiro básico e alguns extras. Fizemos todos no nosso carro, com exceção de dois, a visita aos Geisers Del Tatil, para a qual é necessário sair muito cedo para um caminho extremamente confuso, e o passeio das Lagunas Cejas, que embora não muito distante de San Pedro, tem também um caminho muito confuso.

A sinalização das atrações da região é bem pobre e as estradas possuem muitas ramificações. Há também o problema das condições das estradas. Em algumas há trechos com muita areia, frequentemente em lugares bem remotos. Como éramos um casal em um único carro, evitamos entrar nesses lugares, preferindo nesses casos contratar passeios.


Há passeios que são tranqüilos de fazer em carro próprio, como o Valle de La Luna, o Valle de La muerte, as lagunas Miñiques e Miscantis, as catedrais de Tara, as ruínas de Pukara e Tulor, o Salar do Atacama etc.
San Pedro é uma cidade bastante cara. O câmbio no Chile não apresenta tanta vantagem para os brasileiros (pelo menos na época que viajamos) e, para complicar, a região recebe muitos turistas europeus (que acham tudo barato). Mesmo assim a cidade é pitoresca e agradável. Ficamos num hotel que nos pareceu ter uma boa relação custo-benefício, embora um pouco zoneado (Hotel Corvatsch).


Lago congelado


Laguna Miscantis


Geisers del Tatil... 15 abaixo de zero



Dia 14 - 25/09 (Sex):
San Pedro de Atacama - Copiapo
772 km
Saindo de San Pedro do Atacama, descobrimos o deserto do Atacama, que é gigantesco, cobrindo boa parte do Norte do Chile e do sul do Peru. Nós não sabíamos, mas o Atacama “turístico” nada mais é do que um oásis em meio ao deserto.

Dirigimos por uma estrada em meio a um cenário montanhoso e desértico, sem plantas, sem animais, sem gente e com poucos pontos de apoio (alguns postos de gasolina distam entre si mais de 180 Km). A sorte é que a estrada era mais ou menos movimentada. Fazia um calor insuportável e a umidade era baixíssima (mesmo para alguém que mora em Brasília). Lá pelas tantas iniciei a sentir vertigens e tontura. O problema, felizmente, já era conhecido: em situações de clima muito seco e, especialmente, quando bebo um pouco além da conta (no dia anterior experimentei o tal do Pisco Sour), o labirinto desidrata-se, gerando dificuldade de equilíbrio (o que pode ser mortal para um motorista).
Passei o dia bebendo muita água e dirigindo devagar. Chegando em Copiapó procurei a versão chilena do medicamento que havia tomado no Brasil para o problema e no outro dia já estava melhor.
Em Copiapó ficamos em um hotel muito bom, chamado Maray. Para quem está só de passagem ele é ótimo, pois fica na rodovia Panamericana. Entretanto o restaurante do hotel é muito caro, e vale mais a pena jantar fora.


Dia 15 - 26/09 (Sab):
Copiapo - Viña Del Mar
770 km
Depois de alguns quilômetros, em La Serena, pegamos uma ótima estrada duplicada (e com pedágios tão caros e frequentes quanto os de Sampa e os do Paraná) e saímos da região de influência do Atacama. Vimos a vegetação mudar paulatinamente: primeiro pequenas gramíneas e cactos, depois árvores, depois árvores e flores...

Viña Del mar é um balneário. Aos brasileiros custa crer que alguém pode entrar na água naquele frio. Ficamos num hotel chinfrim (como estávamos cansados, confiamos cegamente no guia). Passamos em Viña apenas porque desejávamos visitar uma das casas do Neruda que fica em Valparaíso, ao lado de Viña.

Dia 16 – 27/09 (Dom):
Viña Del Mar – Santiago
150 km
Pela manhã visitamos Valparaíso. Andamos em um ascensor, tiramos fotos e visitamos La Sebastiana, a casa de Neruda em Valparaíso (passeio muito interessante).
Depois fomos para Santiago, com direito a um bom almoço no meio do caminho.
Em Santiago encontramos um ótimo hotel, antigo porém charmoso, bem localizado, com um bom preço e um atendimento excelente chamado Foresta, com vista para o Cerro Santa Lucia. Deste hotel dá para ir a pé aos principais atrativos do centro de Santiago, o que acaba sendo de grande valia, pois o trânsito em Santiago é selvagem O hotel também possui garagem, o que é fundamental para quem deseja se hospedar no Centro.
Valparaíso



Dias 17, 18, 19 - 27/09 a 30/09:
Santiago
Em Santiago fizemos algumas visitações de nosso interesse. Subimos os dois cerros que existem na cidade (Santa Lucia e San Cristobal). Visitamos mais uma das casas de Neruda (La Chascona), o Museu de arte pré-colombiana e fomos a uma grande feira de artesanato.
Vista de Santiago a partir do cerro San Cristóbal

Visitamos também a vinícola Concha y Toro. Um passeio que vale a pena para quem gosta de vinho ou não.
Almoçamos no mercado público. Santiago é um lugar muito bom para comer frutos do mar: congrio, salmão e a reineta, que é um peixe bem característico da costa do Chile.

No último dia fomos ao Valle Nevado, uma estação de esqui que dizem ser a maior da América do Sul.

Jardins da Concha y Toro

Valle Nevado




Dia 20 - 01/10 (Qui):
Santiago-Mendoza
316 km
A estrada que vai de Santiago até Mendoza é também bastante interessante. Ela cruza os Andes em alturas bem menores do que o Paso de Jama, mas por conta da latitute maior os picos permanecem nevados. Durante o inverno é necessário usar correntes nas rodas dos carros. Como passamos em outubro, isso não foi necessário, mas o gelo ia até o limite da estrada (no inverno às vezes interditam a estrada por causa do acúmulo de neve).



O limite entre os dois países é o túnel Cristo Redentor. Do lado argentino existe o Parque provicial del Aconcagua, que planejamos visitar, o que não pode ser concretizar visto que o parque estava fechado por risco de avalanche. Conseguimos ver o Aconcágua de longe entre duas outras montanhas.
Seguindo, passamos em Uspallata, que é uma cidade com um visual interessante, rodeada de montanhas. Seria uma ótima opção de pernoite, mas fomos para Mendoza.


Dia 21 - 02/10 (Sex):
Mendoza
Mendoza é uma cidade descontraída e bonita. Muitas pessoas na praça, muitas pessoas na peatonal (calçadão), muitas bodegas (vinícolas) e muitos cafés.
Ficamos em um hotel indicável (bom, barato e com bom atendimento) chamado San Martin
O centro de informações turísticas de Mendoza fornece um mapa com a localização das bodegas, que são muitas e invariavelmente oferecem visitas guiadas com degustação. Optamos por visitar uma bodega artesanal , a Familia di Tommaso, e obviamente saímos de lá com algumas garrafas de vinho a mais. No mesmo circuito das bodegas, há uma olivícola (fábrica de azeite de oliva), também com visita guiada e degustação.
Jantamos em um restaurante de Parilla digno de nota (Mande Faustino). A Argentina é a pátria da carne. Tudo lá é a la parilla e os pratos com carne são usualmente bem servidos.

Vinhedos de Mendoza com a cordilheira dos Andes ao fundo



Dia 22 - 03/10 (Sab):
Mendoza - San Francisco (Córdoba)
770 km
Iniciamos a viagem de volta. Nosso esquema consiste em dois dias de viagem de aproximadamente 800km cada um, uma parada de um dia em Posadas e mas dois dias e meio de viagem.
O primeiro dia rendeu pouco. A estrada passava por muitas cidadezinhas com semáforos e trechos de muito tráfego.

Dia 23 - 04/10 (Dom):
San Francisco – Posadas
930 km
Neste dia rodamos bastante e a viagem rendeu mais

Dia 24 - 05/10 (Seg):
Posadas
Ficamos em um hotel melhor do que nossa primeira passagem por Posadas: simples, mas barato, bem localizado e, algo muito importante quando se viaja de carro, com o desayuno (café da manhã) iniciando as 6h. Chama-se City Hotel.
Usamos Posadas como ponto de apoio para visitação das missões de Trinidad e Jesus no Paraguai. Contratamos um passeio para não necessitarmos ingressar com o nosso carro no Paraguai. Trinidad e Jesus ficam a uns 30km de Encarnación, que é logo do outro lado do rio. A ruína de Trinidad é a mais bem preservada de todas as missões considerando o conjunto todo (Brasil, Argentina e Paraguai). Na Argentina, San Ignacio Mini está em boas condições, mas não é tão expressiva; no Brasil, São Miguel das Missões (RS) é expressivo, mas está pouco preservado. O passeio até as missões nos pareceu interessante, mas eventualmente pode parecer chato para quem não tem interesse sobre o assunto. Também foi interessante o trajeto pelo Paraguai, embora curtinho. Sempre tivemos a imagem do Paraguai como um grande feirão cercado de nada por todos os lados, mas o que vimos nos impressionou positivamente: saindo da cidade os campos são bonitos e bastante produtivos, com casinhas e vilarejos simples mas aprazíveis.
Missão de Trinidad no Paraguai

Missão de Trinidad



Dia 25 - 06/10 (Ter):
Posadas - Foz do Iguaçu - Campo Mourão (PR)
630 km
Prosseguindo o retorno, esse trecho rendeu muito pouco. Pegamos chuva (forte!) pelos 630km que rodamos

Dia 26 - 07/10 (Qua):
Campo Mourão – Itumbiara (GO)
930 km
O dia rendeu bem com umas chuvas “rondando”, mas não constantes. Em Itumbiara ficamos no hotel Órion que fica na rodovia, bem à mão. O hotel estava com excelentes preços, além de possuir ótimas instalações e oferecer bons serviços.

Dia 27 - 08/10 (Qui):
Itumbiara – Goiânia – Brasília
411 km
Só alegria: 400 km de estradas duplicadas até Brasília. No final já estávamos com saudade de casa.
Foram 10.627km. Vimos coisas das quais nunca esqueceremos. Isso é nosso.

Sites úteis:
http://www.corrientes.com.ar/index.html
http://www.saltargentina.com.ar/
http://www.sanpedroatacama.com/
http://maps.google.cl/